É preciso muito mais tempo para erguer uma construção do que para derrubá-la. Criar (ou recriar) uma base na corrida segue a mesma ideia. Não exagere nos treinos e nada de querer provar que você é capaz de correr mais rápido ou mais longe. Voltar é mais difícil que começar. Isso porque sua cabeça sabe o quanto você corria, porém o corpo ainda não aguenta aquele ritmo. É uma briga constante entre o que você pode e o que você quer
Este é um bom momento para se trabalhar melhor o nosso lado psicológico e se acostumar a ouvir o corpo durante a corrida. Afinal, aprender a controlar o ímpeto é um diferencial importante para obter bons resultados nas provas, sobretudo nas mais longas, que exigem paciência e controle sobre o ritmo a todo momento.
Um dos pontos mais importantes no retorno aos treinos é respeitar o descanso. Pelo tempo afastado, a recuperação não é a mesma de antes — e querer correr mais do que suportamos poderá nos levar a ter lesões. Mas não é só isso. Quando o descanso não é o apropriado, o corpo tem menor capacidade de armazenar glicogênio (energia que se usa na corrida) e causa ainda alterações hormonais, elevando o cortisol (hormônio do estresse relacionado a uma pior recuperação) e diminuindo o GH (hormônio do crescimento que, entre outras coisas, serve com “reparador” do organismo)
Nos treinos, fujamos das subidas e descidas muito íngremes. Além de exigirem maior controle sobre o ritmo, elas impactam de forma diferente a musculatura, o que pode prejudicar a recuperação. Além disso, evitemos também treinos em intensidades muito elevadas, sobretudo se estamos voltando de uma lesão, para preservar as articulações. Precisamos tomar cuidado com a intensidade do treino em relação ao impacto gerado nas articulações. No recomeço, não devemos exagerar e sim seguir à risca as recomendações de um treinador. Nesse período, os treinos com intensidade leve ou moderada são os mais indicados.
Vamos estabelecer uma meta. Nada muito exagerado, claro. Apenas vamos ter um objetivo alcançável para se manter dedicado aos treinos. Quem sabe voltar a correr uma prova de rua, ou então alcançar novamente o nosso tempo em determinada distância… Só o que não vale é parar de correr!
Mas para voltar a correr sem problemas, a palavra-chave a seguir como um mantra deve ser “paciência”. Um estudo de 2000 publicano noJournal of Medicine & Science in Sport & Exercise demonstra que, após 11 semanas afastados dos treinos, atletas de endurance perderam cerca de 25% do seu VO2 Máx. Isso indica que o tempo de destreino, não importa o motivo, reduziu drasticamente a capacidade do corpo de transportar e metabolizar o oxigênio durante o exercício. Traduzindo: logo no recomeço você estará mais ofegante e, nem de longe, conseguirá se aproximar dos resultados de antes.
Mas isso não é motivo para se preocupar. O estudo serve apenas para comprovar que, no momento, o foco deve ser levar novamente o seu organismo a se acostumar com o esporte. Desempenho, provas longas, tiros em alta velocidade? Deixe isso para depois… Agora é hora de voltar a correr com saúde e constância. Siga as dicas e pé no asfalto!
MEU LEMA CONTINUA O MESMO #correndosempre
Elizabeth Aágata